quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mosaico


Flores. Girassóis. Se eu plantar a semente, será que nasce uma cerejeira? Sorvete, bombom sonho de valsa, doce de leite, pêssego. Outras delícias.


[e se aquele pedido guardado na boca e esquecido
porque não soube retórica nem houve saída criasse coragem]


Filmes. Vou desenhar você. Música. Tudo bem. Desenhos. Desenhos. Desenhos. Não consigo dormir. Música. Imagem. Música. Casa comigo? Poesia. Música. Te amo. Neruda. Música. Vou plantar um pé de cereja pra nós dois.


[e crescesse num súbito e nesse repente
se fizessem todos os sentidos que a vida escondeu]


Violão de três cordas. Leonor. With or Without You. Não discuto com doida. Somos assim, sempre cuidando um do outroVou enfiar o dedo no seu nariz.Conversa. Música. Vá embora. Fotografia. Música. Choro. Música. Wish You Were Here.

[e as histórias enfim admitissem respostas]

Tatuagem. Espoleta. Sorrisos. Você tá estranha hoje. Brócolis. Cevada. Se adivinhar te dou um doce. All Star. Meu sorriso é o teu sorrindo. Caneca de porquinho. Oinc oinc. Infinito. Infinitos de infinitos.



[e apenas abra os olhos e pense rápido]


Jim Morrison. Por que ainda fala comigo? Mike Patton. Quero sumir. David Gilmour. Desmantelada. Robert Plant. Você tá bem? James Hatfield. Se eu fosse um doce, seria de quê? Joey Ramone. Cale essa boca. Eddie Vedder. Pára.

[porque tudo o que (re)tarda e analisa e ajuíza
também intimida a verdade de qualquer vontade]


Você tá cheirando meia. Beijos muitos. Não há falta na ausência. Beijos outros. Essa música me rasgaBeijos tantos.


[e então sem hesitar me diga - você:

viria?]

For every minute you’re angry you lost 60 seconds of happinessQuintana.Te pego, dedo no nariz e chinelada. Cachoeira. Chata. Churrasco. Eu não sei mais quem você é. Banho + música = Terapia. Nunca estou ocupado  pra você.Sorrisos que não cabem. Ainda te amo. Você não existe. Sinto sua falta. Sinto sua falta. Sinto sua falta.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ao Meu Futuro Amor


Caro futuro amor:

Talvez você esteja achando muito esquisito ser chamado de “caro” pela própria futura amada – mas, como ainda não nos conhecemos, me sinto pouco à vontade para quebrar as formalidades logo de saída. Vai que você seja daquelas pessoas mais tradicionais, que gostam de tudo bem politicamente correto. Nunca me imaginei apaixonada por alguém assim – mas já tive provas mais que suficientes de que o amor é cego, portanto é mais prudente não cuspir para cima. Não briguemos por causa disso. Não agora.

Não sou a mulher mais linda do mundo, é preciso que você saiba. Também não sou a mais legal. Não tenho dinheiro sobrando e, confesso, há dias em que não sobra sequer paciência. Roo as unhas e fico louca com tubo de creme dental aberto, privada com tampa levantada, copos pela casa e panelas dentro da geladeira. Imagino que você também colecione algumas manias, as quais não farão a menor diferença entre nós dois – desde que, entre elas, não esteja a de me pedir para coçar seu pé. Tenho um pé atrás com a coceira de pés alheios. Com cuecas, idem. Passar, até passo; lavar, jamais. Portanto, é bom que você tenha esse hábito ou, na falta dele, um estoque considerável de underware.

Gosto de barba, só que depende. Sobretudo de como você cuida. Crescidinha, charmosinha, cheirosinha, me ganha fácil. Do contrário, futuro amor, pra quê? Vamos facilitar essa maravilha de contato que é ficar de rostinho colado, pele com pele. Deitadinhos no sofá, assistindo a um filme. Aliás, futuro amor, sou partidária de qualquer sistema de revezamento da tevê que nos possibilite interagir pacificamente sem que comece uma guerra mundial porque eu cancelei a programação do futebol para assistir ao meu filme preferido pela sétima vez, ou porque você mudou para o canal de esportes enquanto fui ao banheiro no intervalo de um episódio do Dr. House. Eu não me incomodo se você dormir de meias, como espero que você não se importe com as minhas pantufas do Scooby-Doo. Não durmo com bobes nos cabelos, não babo e nem ronco à noite – e, de coração, se for o seu caso, relax. Faz parte das coisas com as quais convivo bem e até, quase sempre, finjo que não vejo – a não ser com relação aos bobes.

Não me preocupo com provas de amor. Aprendi a sublimar a demasiada relevância que a maioria das pessoas em um relacionamento sério dá a datas, rituais, simbologias, demonstrações sociais de compromisso, alianças, chaves compartilhadas. O que espero mesmo, futuro amor, é que, quando olharmos nos olhos um do outro, a gente se entenda e se reconheça em meio aos nossos silêncios. Porque há coisas, futuro amor, que jamais devemos nos dizer, como também há aquelas que prescindem da necessidade de verbalizar – e eu confio no amor não dito muito mais do que em qualquer palavra. Confio na confidencialidade de mãos que se tocam, de sorrisos que nascem mútuos para se transformarem em um só. Confio na solidez do amor que não exige razões para ser diuturnamente provado. Se é algo a que você não está acostumado, não se preocupe. Eu ensino. Você perceberá: não há prova de amor que nos faça sentir tão amados quando a sensação de abrir o coração despretensiosamente.

Tenho mil defeitos, futuro amor, tenho mil defeitos. E mesmo que você, depois disso tudo, me ache um pouco estranha e até certo ponto complicada, eu lhe peço: não desista de mim. Sobretudo, não desista de você. Jamais deixe de ser você por minha causa. Lembre-se – será por você que eu me apaixonarei. Pelos seus defeitos, pelas suas ideias, pelo seu jeito engraçado de dizer certas coisas. Também não deixarei de ser quem sou para me tornar quem você quiser que eu seja – sejamos nós dois cada um de nós, para que, ao invés de dividir nossas vidas, sejamos capazes de somá-las. Para nos tornarmos maiores e melhores um pelo outro. Para que eu não o exaspere, e nem você a mim, colecionando mágoas, ciúmes, discórdias. Não desista de mim, futuro amor. Não tenho pressa de nós mas, se estiver por aí, a porta está aberta. Meu coração também – entre sem bater. 




sexta-feira, 25 de maio de 2012

Deselegância

"(...) e nunca te falei nisto porque deve ser o mesmo 
quando uma mulher fala de filhos para um rapaz em início
de namoro, mas eu pensei em ter uma filha com você, que
fosse muito parecida com você. Eu pensei, confesso e 
talvez a imagine, a menina, para sempre."
R.



Perdoe minha deselegância.

Essa, de nunca saber o que responder quando você me diz eu te amo, eu e esse medo meu de coisas bonitas. Eu e essa mania minha de achar que tudo o que é bom dura pouco, como um furtivo e efêmero primeiro beijo. Costumo colocar a culpa de deixar a felicidade escorregar por entre os meus dedos nesses calos de desamor que ainda tenho nas mãos e que doem, ah, como doem quando algo os aperta, mesmo que esse algo tenha, seja, a felicidade com sua  maciez de seda  – e eu, que pensei já ter me acostumado à dor, ainda me assusto, e as minhas mãos se abrem abruptas com a involuntariedade da criança amedrontada que confunde a sombra na parede com um monstro à espreita. Relaxe, você diz, me abrace. E ensaio, quero, mas não encontro no meu baú de habilidades esquecidas o abraço que desaprendi – porque é como se abrir os braços fosse a chave para destrancar meu coração e quero mesmo fazer isso? Não sei.

Eu e esse medo meu de coisas bonitas, como você é bonita. Acredito. Seu vinho, minha cerveja, nosso tempo desconstruído, me perdoe a deselegância de fingir que sou forte demais para me apaixonar de novo. O que estou dizendo, e nem sei se digo isso a você ou a mim, é: às vezes tudo parece leve, tudo parece definido, mas me perdoe a deselegância de sumir de repente dentro de mim mesma sem dar satisfações nem a mim e nem a você. E entre nós a conversa flui tão bem e também o riso, e eu me sinto amada, e existe uma certa responsabilidade em ser amada, entende? Porque a gente tem que ter cuidado com o amor que alguém oferece. A gente tem que ter cuidado, a gente tem que ter. Perdoe minha deselegância de não cuidar bem do seu amor.

Perdoe minha deselegância de não saber o que quero da vida. Às vezes confundo mesmo vontades com pássaros em alvoroço, voando em bando para o nada mais próximo mas que faça recordar em algo o aconchego de um ombro morno. Tenho estado fora do lugar ultimamente. Não peço que você me entenda, só peço que você me perdoe a deselegância de ter medo e de raciocinar demais quando o que eu deveria fazer era sentir, e mais nada. E não pense que estou fugindo, apenas não estou aqui e digo, sei o caminho, só não tenho certeza se já é hora de voltar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Declaração de uma Ré Confessa


Confesso: matei.

Matei. E, apesar de admitir tê-lo matado, insisto, não cometi crime algum: sei que mereço perdão. Ele estava ali, sempre, sem jamais dar trégua. Importunando, cheio de malícia, insinuando coisas perversas, pavorosas, alimentando mesquinharias. Estava me enlouquecendo. Como eu podia continuar a conviver com aquilo? Como eu podia não me rebelar contra tanta nocividade? Ele era inconveniente, arbitrário. Se perdi a cabeça ou se finalmente recuperei meu juízo, não sei dizer; o fato é que matei.

Antes de me condenar, porém, me ouça. E acredite: tentei, de todas as formas, evitar que o pior acontecesse. E por um longo tempo, evitei. Insisti para que fosse embora, seguisse seu caminho, lhe disse várias vezes que jamais seríamos felizes juntos, nós que sempre desejamos vidas tão diferentes. Eu costumava ser uma pessoa pacífica; a presença dele, porém, aquela convivência diária causava, dentro de mim, tanta instabilidade que eu mal me reconhecia.  Pedi que se modificasse. Implorei para que repensasse seu modo de ser, bastava olhar em volta para ver o quanto seu temperamento difícil tornava tudo amargo, sombrio. Ele, porém, jamais me deu ouvidos, jamais. Continuou neurastênico, agarrado àquela existência biliosa como um náufrago se agarra a um bote salva-vidas, tornando meu mundo escurecido e superficial como uma cova rasa. Quem pode me julgar? Ninguém. Não conheço ser humano que, no meu lugar, não tivesse feito exatamente a mesma coisa.

Planejei tudo. Há muito desejava matá-lo. Imaginei-me fazendo isso de todas as formas possíveis. No fim, decidi que o faria olhando nos seus olhos, para que ele, antes de morrer, enxergasse nos meus que eu não sentia qualquer tipo de remorso. Matei-o com um só golpe, e não foi difícil como eu imaginava – sei tal confissão me faz parecer fria e calculista, mas acredite: não sou. Tenho bom coração. Sou das pessoas mais humanas que conheço, não tenho coragem de maltratar vivente de espécie alguma – mas o que fiz a ele está feito e, se preciso fosse, faria novamente. E me sinto mais leve, finalmente me sinto livre para viver em paz. Estou em paz, porque matei. Matei, sim, o Ódio, e não me arrependo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Status de Relacionamento: Mãe Solteira

Soundtrack: Ludov - Princesa



- Essa aí. Cuidado com essa aí que é mãe solteira.

Uma vez ouvi essa frase da mãe de um amigo de faculdade. Tínhamos acabado de passar no vestibular e ele estava de namorinho com uma menina do curso de Farmácia; a mãe soube do relacionamento e, como qualquer boa mãe, tomou para si a missão de advertir o filho sobre o perigo daquele envolvimento. Afinal, a menina era mãe solteira: saíra de outro relacionamento com mais experiência e um filho pequeno para criar.  A menina era legal, divertida, inteligente, mas o namoro não durou muito, não sei por que – embora sempre tenha desconfiado que a tal advertência materna tenha sido mesmo o começo do fim. O tempo passou e nunca mais me lembrei dessa história. Até o dia em que fui convidada para um passeio por um dos meus pacientes e ele, muito educadamente, complementou o convite:

- A senhora não deixe de levar seu marido.

Confesso que na hora me bateu um constrangimento. Sincronicamente, ele baixou os olhos para minha mão esquerda: nada de aliança. Fez-se um breve e pesado silêncio, tradutor de centenas de perguntas (da parte dele, tenho certeza) e de algumas possíveis justificativas (não sei explicar porque, mas REALMENTE fiz uma revista mental em busca de algumas), seguido de um fôlego curto, de coragem ou de alívio, não sei, mas que foi o abre-alas para a frase que escapou da minha boca e, também para mim, foi a constatação de um status do qual nem eu havia me dado conta: SOU MÃE SOLTEIRA.

Sou mãe solteira. E daí? Sou legal, divertida, inteligente - como a menina do meu amigo de faculdade. Tenho um bom emprego, nome limpo na praça, bons antecedentes, nada de ficha na polícia. Limpinha, todos os dentes na boca. Porque meu estado civil deveria importar? Porque meu estado civil importa tanto? E o termo, “mãe solteira”, pesa, infinitamente mais do que a responsabilidade de ser uma delas. É como se a mãe solteira estivesse sempre à espreita de uma oportunidade de se dar bem à custa de algum bobão que leve para casa o “kit” de que outro abriu mão. Ou como se fosse alguém tão emocionalmente vulnerável a ponto de aceitar migalhas de afeto por pura carência. Ou, ainda, como se fossem mulheres sem sorte, renegadas: coitada, essa aí não tem sorte com homem: é mãe solteira. Ninguém nunca parou para pensar no quanto uma mãe solteira pode ser sortuda? Há bem pouco tempo atrás, a mulher separada e a mãe solteira eram párias – não havia desgraça maior para uma família do que ter entre os seus uma mulher largada do marido ou uma moça com um filho sem pai. Hoje, felizmente, a mulher aprendeu a exigir ser respeitada independente de véu, grinalda, papel passado e de como administra sua cama e sua vida. E conciliar um filho e liberdade para ir e vir não é coisa de gente azarada, mas de gente inteligente e bem resolvida.

Mães solteiras são mulheres flex – trabalham, criam seus filhos, estudam, criam seus filhos, pagam suas contas, criam seus filhos, cuidam de si, criam seus filhos, (às vezes) namoram, criam seus filhos. Esquecem (às vezes) de si, criam seus filhos. Aprendem a equilibrar nos ombros problemas, angústias, iminências, esperanças, devaneios, alegrias, tempo. Sobretudo tempo. Tempo é a coisa mais relativa na vida de uma mãe solteira. Sempre falta mas, no fim das contas, a gente sempre encontra. Aliás, somos especialistas nisso de achados e perdidos, porque a rotina, ao contrário de nós, está sempre de pernas para o ar – e é preciso muita habilidade para não desaparecer em meio ao de-tudo-um-pouco. É claro que é difícil. É claro que há dias em que a sobrecarga é tanta que a única vontade é largar tudo, trocar de identidade e correr pro mundo, mas é uma vontade que nasce para morrer logo em seguida – porque logo ali, pertinho, sorrindo, existe um rostinho lindo dizendo “eu te amo, mamãe” que faz tudo, absolutamente tudo valer a pena. Eu não me orgulho de muitas coisas nessa vida, mas de ser mãe solteira eu me orgulho, sim.

Mães solteiras merecem respeito. Mais do que isso: merecem aplausos. É coisa para mulheres valentes, que têm a coragem de dar à luz seus filhos e de conduzir sua vida sem se submeter a convenções meramente sociais. Não é feio ser mãe solteira. Feio é ter preconceito e mente pequena, julgar o livro pela capa e o caráter pelo estado civil. Feio é ser infeliz. E felicidade, certamente, é algo que nunca nos falta.



terça-feira, 22 de maio de 2012

Flávia Brito na Confraria dos Trouxas - Reloaded

"Oi, xará. Tudo bem?"

A mensagem dela começava assim e, papo vai, papo, vem, um convite: um texto para a Confraria dos Trouxas. Nem pensei duas vezes - porque era um texto para a Confraria dos Trouxas e por ser um convite dela, Flávia Queiroz, minha xará-menina-prodígio, parceira no nome e nesse parto de cada dia que é escrever.

O texto está aqui. Flavinha, DenisonAna SuyAndréCarina e Cláudio Marques, muito obrigada pelas portas sempre abertas.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um livro.


Cartas Para L. fala de amor. E de toda a bagagem emocional que o amor traz consigo - alegria, solidão, raiva, medo, angústia. Sentimentos sem os quais amor nenhum seria o mesmo. É a história de um amor intenso, genuíno, cortante. O que pode, à primeira vista, dar impressão de ser a tentativa de retomar uma história de amor interrompida é, na realidade, a tentativa de retomar a própria história através da compreensão do próprio coração – mesmo que para isso seja preciso reabrir algumas feridas. É o mergulho na alma de uma pessoa que expõe a si mesma, muito mais que ao destinatário das cartas, suas fragilidades e conflitos, seus temores e desejos, suas reflexões e expiações, fazendo de seu turbilhão interior a catarse que conduz a um caminho de amadurecimento e autoconhecimento.










"(...) Seu livro debut, Cartas para L., é a publicação de uma coleção de correspondências particulares sobre intransferíveis sentimentos que ao invés de cumprirem o acordo de palpitarem secretamente, resolveram gritar e ecoar dentro de um peito que transborda pelos dedos. Por que suas cartas pessoais nos dizem respeito? Pelo senso de comunhão que elas nos remetem. (...)Apesar de não serem remetidas por você nem a você, Cartas para L. lhe foram endereçadas. (...) Cartas que Flávia Brito escreve - para nós e por nós - com muita destreza, na irritabilidade terna, na imponderabilidade palatável das cartas de amor." (Jana Lisboa)




"(...) Cartas para L. é uma consequência da viagem literária e de uma forte experiência de vida. Acredito até que demorou sair, mas tudo tem tempo certo para ser concebido, gerado, parido... Contenho minha ansiedade e espero, com esta apresentação, acrescentar mais vontade a você que está prestes a entrar fundo numa aventura literária repleta de emoções e reflexões, mergulhar numa espiral de Alice desenhada com a instigação de Clarice. Sim, a Flávia me remete a ambas. Bem-vindos ao paraíso emocional de Flávia Brito." (Gustavo Martins)


A partir do dia 26 de maio, Cartas Para L. estará disponível para aquisição na loja virtual da Editora Multifoco ou diretamente comigo. Boa leitura a todos!